terça-feira, 2 de abril de 2013

Resenha - Fundamentos Inabaláveis.


Resenha do livro – Fundamentos Inabaláveis, Geisler, NORMAN e Bocchino, PETER. – 2001, Editora Vida.

Norman geisler é pastor, autor e co-autor de mais de 60 livros e centenas de artigos. Tem ensinado em universidades há mais de 40 anos e já viajou por mais de 20 países fazendo palestras e participando de debates. É doutor em teologia pelo seminário teológico de Dallas e doutor em filosofia pela Loyola University. Peter Bocchino é presidente do Legacy of truth Ministries, localizado em Atlanta, Geórgia, EUA. Atuou durante nove anos como diretor de liderança do Ravi Zacharias International Ministries.

Norman L. Geisler e Peter Bocchino escrevem com muita propriedade sobre assuntos polêmicos no meio cristão e porque não dizer também no meio dos seguidores de outras religiões e, até mesmo, dos que diz ser ateus. O livro está dividido em agradecimentos, introdução e mais dezesseis capítulos, também um apêndice onde os autores baseados nos primeiros princípios respondem algumas perguntas acerca da ética, e também uma bibliografia. Também são abordados assuntos como: lógica, ciência, origem da vida, macroevolução, Deus e o mal, bioética, clonagem, aborto e eutanásia.

No Capítulo um, o assunto tratado é a lógica e os primeiros princípios que segundo Aristóteles é o fundamento onde repousa todo o conhecimento, são verdades fundamentais de onde se tiram as conclusões, também são auto-evidentes. A cosmovisão é semelhante uma lente intelectual, do qual se obtém uma visão do mundo, mas, qual a cor de lente correta (cosmovisão) para se ter uma visão correta de mundo? Os primeiros princípios devem ser usados por qualquer pessoa como ponto de partida antes de discutir sua cosmovisão; o autor argumenta de maneira intelectual a favor do teísmo.
A lógica é pré-condição necessária para todo o pensamento, não pode haver duas afirmações verdadeiras ao mesmo tempo (pluralismo), assim como não pode haver duas falsas ao mesmo tempo. A essa afirmação dá-se o nome de lei da não contradição, e todas as outras conclusões a respeito da realidade necessariamente dependem dela, essa lei é auto-evidente e inevitável, deve ser empregada em qualquer tentativa de negá-la. A lógica é universal, portanto, se aplicam as todas as culturas, inclusive na metafísica. A lógica em si jamais nos ajudará a encontrar a verdade, somente nos ajudará a detectar os erros, o que é verdadeiro deve ser lógico, mas o que é lógico não deve ser necessariamente verdadeiro.

No capítulo dois o autor discorre sobre a verdade – muitas coisas aparentam ser verdadeiras, mas na realidade não são, um exemplo usado pelo autor é uma haste de aço mergulhado num copo de água, que aparentemente parece ser torta, mas na realidade não é. Na busca da verdade deve-se aplicar a filosofia (amor à sabedoria) a vida, pois todo aquele que busca respostas verdadeiras acerca de qualquer sistema de crenças, deve empreender um exame racional e consistente. Nos círculos acadêmicos a verdade tornou-se relativa, é antiintelectual crer no absoluto. A única visão tolerada nestes círculos é a do pluralismo, que é a diversidade numa sociedade multicultural, e ensina que todas as idéias são verdadeiras, mesmo as que são opostas entre si. O autor usa uma ilustração de seis hindus cegos que ao tocarem um elefante, cada um ao pegar em uma parte diferente do animal, tendo assim uma maneira diferente de compreendê-la, mesmo tocando uma mesma realidade. Assim se passa com as religiões pelo mundo, cada qual com uma idéia verdadeira (pluralismo) que deve ser respeitada (tolerância).
Há três palavras usadas nos meios acadêmicos nos dias de hoje: pluralismo, tolerância e liberalismo. O autor cita Mortimer J. Adler, onde diz: ...Quando exige unidade o pluralismo deve ser limitado [...]. ...é desejável e tolerável somente naquilo que diz respeito ao gosto, e não à verdade. Portanto há lugar para o pluralismo na sociedade com respeito à questão de gosto, mas, não há lugar quando se trata de decidir sobre questões que dizem respeito à verdade. Visto que as questões concernentes à filosofia e religião não são de gosto pessoais, as instituições de educação superior não deveriam abraçar o pluralismo no que concernem as idéias filosóficas e religiosas.
O agnosticismo também é analisado no livro – termo inventado em 1869 por Thomas Henry Huxley existe o agnosticismo extremado e o moderado. O filósofo Kant no século dezoito é quem estabeleceu o agnosticismo extremado; segundo Kant, nosso raciocínio jamais poderá atravessar o abismo daquilo que vemos para o que realmente é. Muitos filósofos depois de Kant adotaram o conceito relativismo (toda verdade é relativa) e do pluralismo (todas as visões são verdadeiras). Apontar para todas as direções é o mesmo que apontar para nada! Isso é absurdo, por que não tem sentido e viola a lógica e esta é necessária para haver sentido.
Não é possível saber que a realidade existe sem saber algo a respeito do que ela é a verdade acerca da realidade é que ela existe e podemos saber algo a respeito dela, portanto, o agnosticismo extremado é auto-frustrante. Logo, somos capazes de descobrir alguns outros atributos da realidade e discernir que cosmovisão lhe corresponde corretamente. Todas as duas posturas devem ser comparadas por meio de um ponto fixo ou padrão absoluto e sem o ponto fixo, só faz sentido dizer que as posições são diferentes umas das outras, mas nenhuma é melhor que a outra. Por isso, os relativistas e pluralistas não podem rotular logicamente uma posição contraria a deles. Pois teriam que concluir logicamente que existe algum padrão absoluto, o que ambos discordam existir, portanto, o relativismo e o pluralismo não podem ser verdadeiros.
Negar a validade dos absolutos viola a lógica e é auto-frustrante, para que uma investigação filosófica tenha sentido, é forçoso crer na verdade absoluta. È preciso conhecer a verdade a respeito da realidade, e a disciplina acadêmica que estuda qual visão verdadeira da realidade se chama epistemologia: estudo sistemático, da natureza, das fontes e da validade da teoria do conhecimento. Utiliza a lógica como teste negativo, testa nossas convicções e verifica se elas constituem conhecimento. Para Adler a verdade é uma esfera, constituída de muitas partes. Contudo, cada parte coesa dessa esfera difere quanto ao método pelo qual é descoberto (coerência).  Aplicando essa teoria os autores declaram o que for descoberto com os primeiros princípios da ciência deve ser coerentes com as verdades anteriores estabelecidas com os primeiros princípios da lógica e da filosofia, e não violá-los.
Se conseguir demonstrar que cada parte da lente intelectual representa algum atributo essencial da natureza da realidade, então a lente intelectual passará a ser o padrão pelo qual devemos testar todas as declarações de verdade acerca do mundo. Os autores concordam que alguns aspectos de algum objeto é questão de perspectiva, porque dependem de quem observa. Contudo, insistem que não tem sentido declarar que todas as idéias são questões de perspectiva. Obviamente, somos finitos, e podemos enxergar de parte em parte o objeto, diferente de Deus, que enxerga por inteiro de qualquer ângulo, mesmo assim é possível ter conhecimento suficiente da realidade para encontrar respostas ás questões mais importantes da vida.  Aplicando os primeiros princípios da lógica e da filosofia, concluem que a realidade existe, é cognoscível e é conhecida como realismo. A natureza da verdade é: não contraditória, absoluta, revelada, descritiva, inevitável e imutável. Apenas o teísmo concorda com as conclusões tiradas dos primeiros princípios da lógica e da filosofia.

O capítulo Três trata das Cosmovisões – que é um sistema filosófico que procura explicar como os fatos da realidade se relacionam e se ajustam um ao outro. Nossas idéias influenciam em nossas emoções, reações e condutas, por isso é importante conhecermos aquilo em que cremos. O autor cita o Nazismo para enfatizar o perigo que se corre quando alguém leva adiante sua visão do mundo, e por em pratica suas convicções tendo elas por verdadeiras. Daí a importância de se entender o que as diferentes cosmovisões ensinam e as conseqüências lógicas de cada uma. O autor enumera sete cosmovisões, que são: teísmo, ateísmo, panteísmo, panenteísmo, deísmo, politeísmo e o teísmo limitado. Mas no livro se atém a três principais cosmovisões que é o ateísmo, panteísmo e o teísmo. O teísmo acredita que Deus é um ser pessoal e infinito, que sustém o universo, e que a bíblia revela que Deus implantou na mente humana conhecimentos a respeito de sua natureza, que é base para a ética.
Os ateístas não acreditam na existência de Deus, seja no próprio universo ou além dele, pois, para estes o universo é auto-sustentável. Já os panteístas acreditam que Deus é o universo, e que criador e criação são dois modos diferentes de enxergar a realidade. São diferentes interpretações do mundo, tendo os mesmos fatos à disposição para se tirar suas conclusões. No diálogo com essas cosmovisões, o importante é fazer as perguntas corretas, isso ajuda a fugir do aspecto emocional e procura estabelecer uma base comum para haver comunicação útil. Fazer perguntas desvia o foco da discussão de uma questão particular para um principio geral da verdade, e transfere a responsabilidade da prova para o questionador, ou seja, não pode haver a lei da não contradição, pois se torna falso. O objetivo do autor é questionar princípios e não crenças pessoais, e como aplicar os primeiros princípios fundamentais dos diversos campos do conhecimento que nos ajudem a descobrir qual cosmovisão é mais razoável ou verdadeira.

No capítulo quatro é a Ciência o foco do autor - a própria ciência se baseia nos primeiros princípios e hipóteses estabelecidos na filosofia, é o principio da causalidade. Tudo tem uma causa primeira, é preciso presumir causalidade em todo o seu raciocínio, mas essa afirmativa só se aplica ao que é finito e limitado. Tudo o que podemos demonstrar que teve um começo é algo causado, portanto, Deus para os teístas é um ser não causado. O autor demonstra que a ciência nos campos da cosmologia e a biologia molecular, apontam diretamente para uma causa primeira, infinitamente poderosa e inteligente. Para o autor, apelar para um criador não anula o método cientifico, ele cita Francis Bacon, que usou o método indutivo e experimental, e que crer num Criador não prejudica a ciência.
Devemos ser capazes de testar os vários modelos de origem e verificar qual é mais confiável. É preciso identificar qual a principal lei empírica da ciência e combina-la com o principio da causalidade e com outras evidencias da cosmologia. A principal lei da ciência é a segunda lei da termodinâmica – os cosmólogos acreditam que um dia não haverá energia disponível no universo para seu próprio funcionamento, ou seja, o tempo do universo esta se esgotando, portanto, se seguirmos essa lógica concluímos então que o universo é finito. Segundo a lei da termodinâmica, há evidencias empíricas que dão apoio a natureza finita do cosmos. A primeira delas é a descoberta de dois físicos – Arno Penzias e Robert Wilson, de que a terra é envolta em um brilho de radiação oriunda do Big Bang. A terra própria não poderia ter criado a tal radiação, portanto, essa radiação é um depoimento das origens do universo e que o mesmo teve uma causa.
A segunda evidência é a expansão do universo – há a idéia que a aceleração e a gravidade são de alguma forma equivalente em um nível mais profundo, isso se dá o nome de teoria da relatividade. Segundo essa teoria o universo teve um começo e está se expandindo em todas as direções. O big bang é o modelo mais amplamente aceito entre os cosmólogos, não foi uma explosão antiga qualquer, mas uma detonação orquestrada. O modelo macro-evolutivo afirma que a vida se auto originou-se de matéria inorgânica, ou seja, não precisou de uma mente superinteligente. A Macroevolução é uma teoria ou modelo das origens que sustente a idéia de que todas as variedades de formas de vida provêm de uma simples célula ou ancestral comum, incluindo os humanos. Modelo de projeto que prevê que as formas básicas de vida experimentaram mudanças limitadas e não exibiram nenhuma modificação direcional durante sua existência sobre a terra. O autor relata que há três formas variantes do modelo de projetos das origens; duas se referem ao tempo e a terceira ao mecanismo. O objetivo de cada modelo deve ser oferecer uma explicação para o aparecimento de novas formas, com atenção especial ao surgimento da vida humana. Isso nos leva a crer que atrás do processo de adaptação dos organismos no meio ambiente, deve ter uma mente inteligente.
Os macros-evolucionistas usam muitas outras analogias baseadas em evidências circunstancias, todavia, isso não prova nada em relação às evidências observáveis e a ciência operacional. Os princípios da causalidade e da uniformidade, a lei da complexidade especificada e a teoria da ciência da informação nos mostram que a primeira forma de vida deve ter tido uma mente inteligente. Todas as evidências mostram que não há alguma razão cientifica por que devemos aceitar alguma forma de modelo macro-evolutivo. Para o autor a vida humana só pode ser explicada como resultado direto de um ato especial de criação tal como registrado no livro de Gênesis. Embora a bíblia não afirme explicitamente a idade da raça humana, ela e a ciência moderna estão de acordo em relação à idade do universo e a raça humana, e não há base para dizer que a idade bíblica da humanidade esteja em conflito com a ciência moderna.

No capítulo nove há a comparação feita entre a lei natural que é baseada na moral e na ética, que vem do Criador e a lei positiva determinada pela humanidade. A lei positiva é baseada na filosofia do utilitarismo, afirma que os valores dados por Deus morreram com ele e com isso a razão é a única esperança para a humanidade. Este tipo de entendimento da natureza humana e lei positiva podem prejudicar a verdadeira essência da justiça criminal e também desvalorizar a vida humana em si. O Criador capacitou a humanidade com certas características (direitos humanos inalienáveis), que não dependem de nenhum governo humano. Para o autor o positivismo legal e a macro-evolução são idéias más, uma vez que essas idéias se tornem convicções de governos, os resultados podem ser devastadores, aqui é citado o Nazismo. E o lugar de deter essas idéias é a sala de aula, antes que elas se tornem ideologias sociais e políticas, portanto, a lei positivista deve ser eliminada da educação.

No capítulo dez é tratado sobre a justiça – o autor cita C.S. Lewis para afirmar que é absurdo tentar indicar injustiça no mundo sem um padrão transcendente de justiça. Os seres humanos são centrados em si próprios e desenvolvem leis que refletem seus próprios interesses. Para ele somente as conclusões teístas concordam com os primeiros princípios relacionados com a natureza da verdade, à natureza do cosmos, com a existência de um Ser infinitamente inteligente, poderoso e imutável. Também, segundo o autor só o teísmo cristão oferece justificativa racional referente à ética e ao mal, enquanto o ateísmo e o panteísmo violam os primeiros princípios associados a essas questões por deixarem de oferecer respostas significativas.

O capítulo onze é tratado sobre Deus e o mal – O autor cita o livro “Quando coisas ruins acontecem a pessoas boas”, do rabino Harold Kushner que levanta perguntas a respeito do Deus da Bíblia e do holocausto, o rabino conclui que o problema com Deus é a sua imperfeição e natureza finita. O objetivo do autor não é somente responder perguntas acerca do mal, mas também analisar o que quer dizer o conceito, e mostrar a soberania de Deus para redimir todo o mal para um bem maior. O mau moral pode ser entendido como a relação corrompida entre dois ou mais seres humanos, Deus não criou o mal, ele criou potencial para o mal quando criou criaturas livres. Para o autor muitas pessoas experimentam dor e sofrimento, mas a dor é insuportável quando não há ninguém por perto pra compartilhar com o sofredor.
O mal físico também pode resultar de subprodutos naturais de processos que mantém o equilíbrio total adequado da natureza. O mesmo relâmpago que contém um fertilizante para a relva pode matar pessoas, e o mesmo terremoto que alivia a tensão interior da terra, impedindo que ela exploda, também pode matar e causar dor física. Segundo o teísmo bíblico, Deus permitiu que este mundo fosse ocupado por seres espirituais maus com livre arbítrio. Suas ações fazem parte da explicação do mal físico no mundo, enquanto houver seres vivos humanos ou espirituais cometendo atos maus, haverá conseqüências físicas e morais sobre este mundo causado pelo comportamento deles.
Também relembra a teoria do rabino Harold Kushner, onde diz que Deus não está no controle de tudo, que a soberania de Deus não pode coexistir com a liberdade humana, e essa liberdade é a desistência de Deus exercer seu controle no mundo. Para o autor o homem é responsável pela própria e livre determinação moral, e é dependente e contingente de sua própria natureza. Deus usa as escolhas livres dos homens para cumprir os seus propósitos e é capaz de redimir nossas más escolhas, ou o mal que os outros quer que façamos como parte de seu plano soberano de produzir um bem maior.

No capítulo doze o autor trata sobre Jesus e a história - o evangelho afirma que a morte e ressurreição de Jesus são fatos históricos, por isso o cristianismo é uma religião historicamente verificável. O cristianismo é baseado em evidencias históricas, e para isso seguem uma regra essencial que as declarações devem fornecer tempo e lugar. O autor recorre ao livro do historiador e militar Dr. C. Sanders cujo título em português é: Introdução à Pesquisa em História Literária Inglesa. Onde oferece critérios para estabelecer confiabilidade e exatidão de qualquer peça de literatura da antiguidade, são eles: teste bibliográfico, teste interno e teste externo, e o Novo Testamento passa por estes testes.

No capítulo treze é tratado sobre quem é Jesus e sobre sua divindade – O Novo Testamento fornece as evidências que dão suporte sobre as declarações de Jesus sobre si mesmo, incluem: o cumprimento da sua profecia messiânica; sua vida miraculosa e sem pecado; sua ressurreição dentre os mortos. O autor divide os atributos de Deus em duas partes: transferíveis e intransferíveis. Os atributos intransferíveis de Deus são – infinidade, auto-existência, soberania, imutabilidade e eternidade; somente Deus possui essas características devido a sua natureza divina, essas qualidades não são atribuídas aos anjos e nem aos homens. O Novo Testamento confirma o que Jesus declara de si mesmo, e vê se há nele alguns destes atributos intransferíveis. Há inúmeras passagens onde Jesus refere-se a si mesmo com títulos dados ao Pai no Antigo Testamento.
Os apóstolos que eram íntimos de Jesus o chamaram de Deus, e a conclusão mais lógica acerca das declarações de Jesus de si mesmo é que Ele tem natureza de Deus. Jesus também adquiriu a natureza humana ao habitar entre os humanos; segundo Atanásio, na encarnação não houve nenhuma subtração da deidade, mas adição de humanidade, o Deus infinito não se tornou um homem finito, pelo contrário, tendo uma natureza infinita acrescentou-se uma natureza finita, a essa união dá-se o nome de união hipostática.

No capítulo quatorze a ética e a moral são tratados - ética é o conjunto fixo de leis morais pelas quais se pode avaliar a conduta humana. Se Deus não existisse e as únicas leis objetivas do universo fossem as leis da física e da química, os julgamentos morais seriam absurdos. Segundo o autor a convicção na moralidade subjetiva ou étnica leva por meios lógicos a uma concepção auto-anulável e à destruição de todos os valores. Também traz a questão das leis morais universais para o nível individual e discute a existência de obrigações éticas pessoais.
Os homens tentam reduzir a ética aos instintos humanos e as emoções humanas, chegando a afirmar que os princípios da ética são subjetivos, até usam a máxima – “que o fim justifica os meios”, rejeitando os valores dados por Deus para cada vida humana. Disse o próprio Jesus – Façam aos outros o que quer que lhe façam. Essa declaração de Jesus é a medida suprema da virtude moral, e é impossível mantê-la sem Deus.
Baseado no sermão do monte, Deus está interessado em desenvolver o nosso caráter e procura internalizar os princípios morais de forma que a verdadeira medida da bondade moral esteja baseada no que somos e não apenas no que fazemos. Dá pra perceber que Jesus vem na contramão dos que pensam em conseguir e manter o poder usando formas inescrupulosas, enquanto mantém uma aparência externa de moralidade.
O autor relata seis observações de Jesus com respeito à natureza humana – o homem é pecador – Ele só pode ajudar quem reconhece ser pecador – tendo consciência ou não, as pessoas estão em trevas, pois suas obras são más – por isso todos odeiam a luz, pois esta expõe seus atos maus – Jesus afirma que todos tem a opção de abandonar as trevas – alguns reconhecem suas obras más e decidem ir para a luz. Jesus afirmou que o fim para quem leva uma vida de pecado é a morte, não a morte física, mas a morte relacional com Deus. Seguir as leis de Deus são as prescrições éticas necessárias para o compromisso de uma relação correta e significativa. Rejeitar Jesus é rejeitar a verdadeira moral, e os que assim fazem, devem enfrentar a santidade e a justiça de Deus.

No capítulo quinze o autor trata do verdadeiro significado da vida e também do céu. Sem Deus alcançamos apenas estados temporários de realização superficial nesta vida. Deus usa as provações e sofrimentos como ferramentas para esculpir a imagem de seu Filho na vida dos crentes. E estes não devem se concentrar no processo da escultura e sim no que Deus tem em mente, a lembrança de que somos feitos para o céu e não para a terra, nos ajuda a diminuir o sofrimento nesta vida. Deus matricula o indivíduo em seu programa de desenvolvimento de caráter, usa tudo de sua vida, até pessoas e circunstâncias, para preparar seu mundo num lugar de correção e preparação. Esse treinamento irá ajudá-lo a passar a sua eternidade no céu, na escola de Deus a pessoa terá o poder e o desejo de preferir as virtudes aos pecados.

No capítulo dezesseis trata da verdadeira miséria e o inferno – A maior conseqüência negativa em se recusar a Deus é o homem morrer em seus pecados, é a separação eterna de Deus. O lugar para onde estas pessoas irão se chama inferno, esse lugar é justo aos olhos do Criador, pois as pessoas não são enviadas para lá, elas escolhem ir pra lá, o inferno existe para punir o mal.
O autor também combate o aborto, os que o apóiam, negam pessoalidade ao feto, afirma em três verdades sólidas sua argumentação contra o aborto: primeiro que todos os homens são criados iguais e que são capacitados pelo seu criador com direitos inalienáveis, entre os quais estão à vida, a liberdade e a felicidade e em terceiro lugar que, para assegurar esses direitos instituídos pelo governo.
Também o autor fala sobre a eutanásia, que segundo os seus representantes as pessoas com doenças incuráveis teriam direito de morrer com dignidade. Para o autor nada mais é que a prontidão das pessoas de matar direta ou indiretamente alguém, que se tratado devidamente, poderia continuar a viver.
O autor afirma que a eutanásia é antiética, inconstitucional, facilmente corruptível, prejudicial ao sistema de saúde e ignora fatalmente os limites do prognóstico médico. Em ralação as questões biomédicas o autor enfatiza a engenharia genética, onde está inserida a clonagem humana. A critica está em que à ciência da eugenia esta basicamente ligada à falsidade da convicção da macro-evolução e na proposição errônea que temos que dever de engendrar uma raça geneticamente pura e superior.
Esse tipo de ciência ensina que o valor da vida humana é diretamente proporcional à pureza genética desta vida. O autor argumenta que Deus criou o homem e que a vida começa na concepção, e com base nisso, crê nos direitos humanos dados por Deus e no valor da vida humana. Devemos aprender a estabelecer limites para nossas ações, e é Deus quem estabelece os limites entre o bem e o mal. O lugar onde devemos aprender os limites estabelecidos pelo criador é a sua palavra, a Bíblia. 

Recomendo a leitura deste livro para todos que querem de forma inteligente e honesta compreender o significado da vida, é um livro que traz argumentos sólidos para se refutar tudo aquilo que é contrário à Palavra de Deus. Não basta somente dizer que crê em algo ou alguém, ou até mesmo afirmar se estas ou aquelas cosmovisão é falsa ou verdadeira, é preciso apresentar argumentos que trazem segurança tanto ao apologistas como que fazer converter do seu mal caminho o que está em trevas. O livro fundamentos inabaláveis é o manual ideal para quem quer construir uma base sólida e firme para se combater o relativismo, o pluralismo e tantos outros ensinos heréticos.     


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