Lições da Palavra de Deus para
adultos e Jovens
O Pentateuco – A revelação de Deus em forma de Leis e Mandamentos.
Comentarista: Pastor Gerson Brandão.
2° Trimestre de 2013 – 07/04/2013.
Texto Bíblico Básico – Deuteronômio 4: 10, 24,31-35.
Texto Áureo:
“Lembrai-vos da Lei de Moisés,
meu servo, a qual lhe mandei em Horebe para todo o Israel, a qual são os
Estatutos e Juízos”.
Malaquias 4:4
Estudo diário
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2ª feira – Gênesis
1:1-22 – A criação do céu e da
terra
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3ª feira – Êxodo 20:1-17 – Os dez mandamentos
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4ª feira – Êxodo 25:1-9 – Ofertas do povo para o tabernáculo
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5ª feira – Levítico
10:1-11 – A diferença entre o santo
e o profano
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6ª feira – Números
13:1-25 – Doze espias na terra de
Canaã
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Sábado – Deuteronômio
4:1-9 – Exortação à obediência a
Deus
|
Objetivos: Capacitar
o aluno à:
- Conhecer os livros
que compõem a divisão literária do Pentateuco e o seu autor;
- Compreender o papel
do Pentateuco na revelação bíblica em geral;
- Analisar as
principais afirmações teológicas de cada livro do Pentateuco;
INTRODUÇÃO
A
Bíblia é uma coleção 66 livros de variados gêneros de literatura, estes
escritos são detentores de autoridade infalível para a fé e vida da igreja. A
palavra Cânon deriva de uma palavra semita, que significa junco, de onde vem o
sentido figurado de vara de medir ou régua. Daí o sentido geral de norma ou
padrão, que aplicado à Bíblia, é a norma de conduta do cristão.
Cânon
refere-se à lista de escritos reconhecidos pela igreja cristã como única regra
de fé e prática. O estudo deste trimestre é sobre o Pentateuco Que são os cinco
primeiros livros da Bíblia. Vamos estudar sobre as suas características, seu
autor, gênero literário; veremos também uma síntese do conteúdo de cada livro. Logo
abaixo temos os principais temas do Pentateuco:
1. PENTATEUCO, A LEI DE DEUS
O
termo Pentateuco deriva do grego pente
(cinco) e teuchos (rolo) e, dessa forma descreve o número desses
escritos, não o seu conteúdo. O termo mais preciso e informativo é Torá ( hebraico toráh), baseia-se no verbo yarab, ensinar. Por isso o seu
principal propósito é: instruir o povo de Deus acerca do próprio Deus, do povo
e de seus propósitos divinos concernentes ao povo. O Pentateuco é
essencialmente um manual um manual de instrução cujo propósito era guiar
Israel.
Os
dez mandamentos se tornaram as leis fundamentais do judaísmo, todas as outras
leis judaicas se basearam nelas, algumas destas leis são tão distintas que os
definem como uma nação. As pessoas podiam identificar os israelitas pela
aparência e comportamento, pois, conforme a lei, os homens eram circuncidados,
eles não comiam certos alimentos comuns, como porco e coelho, também não
trabalhavam desde o por do sol de sexta-feira até o por do sol de sábado.
As
Escrituras Sagradas utilizam alguns termos para definir esses livros: Lei (Js
1:7); livro da Lei de Deus (Js 24:26); Lei de Moisés ( Ed 3:2); livro da Lei do
Senhor (2° Cr 17:9); Lei do Senhor (Ed 7:10); e livro de Moisés (Ne 13:1). A
Bíblia Hebraica é composta pelos mesmos livros do Antigo Testamento que constam
em nossa Bíblia ,
diferindo, apenas, em seu arranjo. Na Bíblia Hebraica, os 39 livros são agrupados
de modo diferente, para formar 24, de acordo com a seguinte divisão. Segue
abaixo uma lista comparativa dos livros do antigo Testamento
OS LIVROS
DA BÍBLIA HEBRAICA, DO ANTIGO TESTAMENTO E DA BÍBLIA GREGA (LXX)
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BÍBLIA
HEBRAICA ANTIGO
TESTAMENTO BÍBLIA
GREGA (LXX)
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||
Pentateuco
Gênesis
Êxodo
Números
Levítico
Deuteronômio
Profetas Anteriores
Josué
Juízes
1-2
Samuel
1-2
Reis
Profetas Posteriores
Isaías
Jeremias
Ezequiel
Os
Doze
Oséias
Joel
Amós
Obadias
Jonas
Miquéias
Naum
Habacuque
Sofonias
Ageu
Zacarias
Malaquias
Escritos
Salmos
Jó
Provérbios
Rute
Cântico
dos Cânticos
Eclesiastes
Ester
Lamentações
Daniel
Esdras-Neemias
1-2
Crônicas
|
Pentateuco
Gênesis
Êxodo
Números
Levítico
Deuteronômio
Profetas Anteriores
Josué
Juízes
1-2
Samuel
1-2
Reis
1-2 Crônicas
Esdras
Neemias
Ester
Poéticos
Jó
Salmos
Provérbios
Eclesiastes
Cântico dos Cânticos
Proféticos
Isaías
Jeremias
Lamentações
Ezequiel
Daniel
Oséias
Joel
Amós
Obadias
Jonas
Miquéias
Naum
Habacuque
Sofonias
Ageu
Zacarias
Malaquias
|
Pentateuco
Gênesis
Êxodo
Números
Levítico
Deuteronômio
História
Josué
Juízes
Rute
1-2
Sobre
os Reinos 1-2 (1-2 Samuel)
Sobre
os Reinos3-4 (1-2 Reis)
Crônicas
1-2
Esdras
Esdras
2 (Apócrifo)
Neemias
Tobias
Judite
Ester
(com as adições)
Sabedoria
Jô
Salmos
Provérbios
Eclesiastes
Cantares
Sabedoria de Salomão
Eclesiástico (sabedoria de
Siraque)
Proféticos
Os Doze:
Oséias
Joel
Amós
Obadias
Jonas
Miquéias
Naum
Habacuque
Sofonias
Ageu
Zacarias
Malaquias
Os Profetas Maiores
Isaías
Jeremias
Baruque (Apócrifo)
Lamentações
Carta de Jeremias
Ezequiel *
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Inclui a LXX: *Daniel (Susana, Bel e o dragão, e o Cântico dos três varões)
História: 1-2 Macabeus
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2. AUTORIA MOSAICA
Os
críticos alegam que Moisés não foi o autor do Pentateuco, é uma alegação
antiga, aparece entre algumas seitas do 2° século de nossa era; esses críticos
com suas teorias chegaram ao ponto de querer desacreditar as Escrituras. Nessa classe de pessoas, está a Alta Critica,
que nada mais é, o método literário de interpretação das Escrituras Sagradas.
Seu
objetivo é determinar a autoria, a data e as circunstancias em que foram
compostos os santos livros. Esse método verifica também as fontes literárias e
a confiabilidade histórica da bíblia; o alto critico procura saber a origem, o
autor e como ele compôs o livro. O alemão J.G. Eichhon, no século 18, foi o
primeiro a aplicar este método ao estudo da Bíblia, por isso, ele é chamado o
pai da critica do Antigo Testamento.
Mas
a sua aplicação pratica foi lançada por Jean Astruc, em 1753, em seu tratado
sobre o Gênesis. Embora defendesse a autoria mosaica do Pentateuco, asseverou
que havia indícios de várias fontes usadas para compor o livro, e não somente
uma. Desde Astruc tem surgido varias escolas de alta critica, com as mais
variadas teorias, levando para mais longe da ortodoxia, as conclusões delas
resultantes.
Outro
alemão que deu expressão a essa teoria foi Julius Wellhausen, segundo ele, o
Pentateuco foi uma compilação de quatro documentos escritos por autores
diferentes e independentes, durante um período de 400 anos, chegando a sua
forma básica no 5° século a.C., ficou conhecido como as teorias das fontes JEDS.
As razões apresentadas por eles são os diferentes nomes divinos, as repetições
de narrativas, os estilos diferentes, a narrativa da morte de Moisés, o texto
narrado na terceira pessoa, à questão da escrita.
Vejamos:
1. Documento “J”
– representa o escritor que usou o nome Jeová (YHWH) em seus documentos;
2. Documento “E”
– representaria o escritor que usou o nome Elohim em seus documentos;
3. Documento “D”
– representaria o código Deuteronômico que seria uma redação tardia encontrada
em 621 a .C;
4. Documento “S”
– representaria o ultimo escritor a trabalhar numa redação do Antigo
Testamento, pertencia à classe sacerdotal e viveu durante o exílio babilônico;
“J”
é a fonte mais antiga (Reino do Sul – 9° Séc. a.C), dá ênfase a monarquia e
focaliza promessa divina, de reunir as
tribos de Israel sob um só rei, criticando indiretamente a separação do reino.
“E” (Reino do Norte – 8° séc. a.C.), focaliza a liderança de Moisés e dos
profetas, em vez de reis, onde Deus se comunica por meio de anjos e sonhos. A
fonte “D” deve ser o livro da Lei que foi achado no templo em 621 a .C, e lido para o rei
Josias; enfatiza a necessidade de um
local de culto centralizado, suas referencias parece ser ao reinado de Josias.
A fonte “P” pode ter sido adicionada às fontes anteriores, durante o exílio
babilônico, no sexto século. Nesta fonte o sacerdote é a principal autoridade,
os profetas não aprecem, de acordo com esta fonte, somente os descendentes de
Arão são sacerdotes. Acreditam que ele deve ter sido composto por um sacerdote
que tentava estabelecer cerimônias e costumes enquanto o templo estava sendo
reconstruído, este sacerdote seria o próprio Esdras.
Ora,
em resposta a essas criticas os estudiosos bíblicos sugerem o seguinte: Os
nomes divinos refletiam mais o caráter de Deus do que os gostos de seus
supostos redatores (das fontes) por tais nomes. Elohim se refere à idéia
abstrata de Deus, apresenta o Deus que a humanidade conhece. Já Yahweh reflete
o Deus do pacto, e ao relacionamento particular do israelita com Deus.
Quando
os críticos sugerem narrativa dupla no livro de Gênesis, usam isso pra dizer
que há contradições. Um exemplo usados por esses críticos é Gênesis 1 e 2, a primeira é uma menção geral
da criação, enquanto a segunda é detalha a criação do primeiro casal. Alguns
estudiosos dizem que narrativas duplas podem ser apenas um peculiar estilo
literário oriental para reafirmar verdades importantes.
Em
relação aos diferentes estilos usados na Bíblia, eles refletem apenas mudanças
de assunto e não indício de diversas fontes. Quanto à narrativa da morte de
Moisés, houve realmente enxertos literários por terceiros na narrativa do
ultimo capitulo de Deuteronômio. Porém, não quer dizer que o resto da obra foi
escrito por outro a não ser Moisés. Também não se pode negar a idéia de Moisés
ter narrado o texto a outra pessoa, pois, na literatura antiga, há exemplos
como – Flávio Josefo (Guerra dos Judeus) e Júlio César (Guerra Gálica), onde
escreveram na terceira pessoa.
Entre
muitas outras coisas usadas por esses críticos para desacreditar as Sagradas
Escrituras estão à questão da escrita, pois diziam que na época de Moisés
ninguém sabia escrever. Como pode Moisés saber de toda a história de Gênesis se
tais fatos aconteceram milênios antes de ele nascer? Há muito mais a dizer em
relação à alta critica, mas não é o objetivo ser extensivo, apenas dar uma
panorâmica sobre o assunto. Dentre todos os argumentos a favor da autoria de
Moisés, destaca-se a afirmação Bíblica que o descreve como um homem instruído
em toda a ciência dos egípcios, poderoso em palavras (Atos 7:22).
Há
também o fato de Moisés ser testemunha ocular de acontecimentos importantes da
história de Israel,
Vejamos:
·
Ele foi
pessoalmente a faraó juntamente com seu irmão Arão, para reivindicar, a mando
do Senhor, a saída do povo hebreu do Egito (Ex 5:1);
·
Foi o personagem
central no episódio das dez pragas (Êx 7 -12);
·
Ao toque do seu
cajado, o mar Vermelho abriu-se em duas partes (Ex 14: 21-31);
·
No monte Sinai,
recebeu do senhor as tábuas da Lei (Ex 24:12);
·
Por quarenta anos
guiou o povo de Israel pelo deserto (Ex 16:35; Dt 1:1-3);
3. OS CINCO LIVROS
Gênesis ( heb: Bereshit);
Êxodo (heb: Shemót);
Levítico (heb: Vayikrah);
Números (heb: Bamidbar);
Deuteronômio (heb:
Devarim);
Os nomes que derivam do
grego estão relacionados com o conteúdo, enquanto que as denominações hebraicas
são constituídas pela primeira palavra do início de qualquer livro. Segundo o
historiador Flávio Josefo, a Septuaginta foi uma tradução realizada por cerca
de 70 eruditos judeus em 70 dias, a pedido do rei Ptolomeu IV, que reinou entre
285 e 247 a .C.,
em Alexandria, no Egito. Foi a primeira tradução do Antigo Testamento do
hebraico para o grego, é identificada pelos algarismos LXX.
Na Septuaginta
(LXX) – o
Cânon do Antigo Testamento tem o
seguinte arranjo
|
Livros da Lei
(o nome "Pentateuco" é de origem grega e sabemos do seu uso desde o
primeiro século de nossa era) – Os livros de Gênesis, Êxodo, Levítico,
Números e Deuteronômio.
|
Livros de História (Josué, Juízes, Rute, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas, 1 e
2 Esdras (o primeiro sendo apócrifo e o segundo o canônico), Neemias, Tobias,
Judite e Ester(com as adições).
|
Livros de Poesia e Sabedoria (Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cantares,
Sabedoria de Salomão, Eclesiástico (ou Sabedoria de Siraque).
|
Livros Proféticos (Os Profetas Menores - em termos de tamanho e não de importância:
Oséias, Amós, Miquéias, Joel, Obadias, Jonas, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu,
Zacarias, Malaquias).
|
Os Profetas Maiores (Isaías, Jeremias, Baruque, Lamentações, A Carta de
Jeremias, Ezequiel, e Daniel (incluindo Susana, Bel e o Dragão, e O Cântico
dos Três Varões).
|
Livros Suplementares de História (1 e 2Macabeus).
|
A tradução do
Pentateuco foi completa em cerca de 250 antes de Cristo, a dos Profetas em
cerca de 200 antes de Cristo e a dos Escritos em cerca de 100 antes de
Cristo.
|
3.1 – História das origens e movimento
patriarcal.
DIVISÃO
TEMATICA DE GENESIS
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NARRATIVA
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TEXTO
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História das origens
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(G 1)
|
Criação do homem
|
(Gn 1-2)
|
Relato da queda
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(Gn 3)
|
Corrupção do gênero humano
|
(Gn 4-6)
|
Dilúvio e recomeço
|
(Gn 6-10)
|
A confusão das línguas
|
(Gn 11)
|
O LIVRO DE GÊNESIS (heb:
principio)
O começo do povo da aliança
(Gn 17:7, 8; 50:24; Ex 2:24; 19:5,6), à parte de Gênesis, o Pentateuco não
faria sentido, porque faltaria base histórica e teológica. O livro focaliza os
começos do povo israelita (cap. 12-50) em face de um pano de fundo que retrata
as origens do mundo, da humanidade, do problema fundamental humano(o pecado)
que formou a base do propósito de Deus com Israel( cap. 1-11). Israel em termos
de seus ancestrais, os patriarcas, é apresentado como surgido das nações pela
eleição de Deus de uma maneira que mostra o fato de Deus ter finalidade
universal com este seu povo (cap. 12.1-3).
OS PATRIARCAS
A ESCOLHA DE ABRAÃO (cap.12-23)
a. Dar-lhe a terra( Gn 12:1,7).
A secção de 12.4 a
14.24 salienta a confirmação de sua fé nesta promessa (13:12; 14:6,17,18,19,21);
b. Dele fazer uma grande
nação(12:3). A secção de 15.1
a 17.27 salienta a confirmação de sua fé nesta promessa
(15:2, 4,18; 16:1-3; 16.12; 17:7, 8,11; 17:16,19,21);
c. Fazê-lo uma bênção a
todas as nações (12:3; 18:18; 22:18). A secção de 18.1 a 19.38 salienta a
confirmação de sua fé nesta promessa (18:16-19; 18:22,23; 19:16,29);
A ALIANÇA COM ABRAÃO
- O encontro aconteceu por iniciativa divina (Gn 17:1-2);
- Envolvia uma promessa feita a Abrão como homem pecador
(Gn 15:4-6,18);
- Ele exerceu fé em Deus em face da promessa (Gn 15:6
a luz de 15; 4,5);
- Nesta base Deus justificou a Abrão (Gn 15:6b);
- A aliança foi estabelecida solenemente, segundo
os costumes da época, em acompanhamento de sinais milagrosos (Gn 15:12,17,18);
- A circuncisão foi posteriormente acrescentada
como selo e símbolo da aliança (Gn 17:9-27; note v.11). 17:10 deve ser
entendido no sentido de "Esta é minha exigência", em face de um
dos sentidos da aliança. Não é outra aliança, mas, um aspecto,
posteriormente revelada da aliança indicada em Gênesis 16:18. Paulo
interpretou assim dizendo: "e recebeu o sinal da circuncisão, selo da
justiça da fé que teve quando ainda não era circuncidado... "(Rm 4:11).
A circuncisão foi o sinal, o símbolo, o selo imprimido no corpo, da
justiça da fé já recebida;
- O seu nome foi mudado (Gn 17:4-5), sendo
"Abraão" seu nome de aliança;
- O nome da esposa também foi mudado (Gn 17:15-17);
- A aliança ficou estabelecida com a sua
descendência, conteúdo da promessa que tinha;
- Incentivada a fé de Abrão, da linha de Isaque, escolhido
como herdeiro de Abrão na chefia da família e na continuação do propósito
da aliança (Gn 17:18-21; cf. Rm 9:7-8);
A ESCOLHA DE ISAQUE
1. Abraão tinha outros
filhos (Gn 25:1-2) – Ismael (Gn 16:11);
2. As promessas foram
renovadas por Deus em aliança feita com Isaque, o filho da promessa (Gn 26:2-5;
cf. 17:19,21);
A ESCOLHA DE JACÓ
Jacó não era o primogênito
de Isaque, porém, o primogênito Esaú desprezou o seu direito de primogenitura (Gn
25:29-34; Hb 12;16). O primogênito tinha o direito de receber uma porção dupla
dos bens do pai (Dt 21:17), também possuía
a liderança sobre o clã. Jacó, por engano, recebeu a "benção" da primogenitura
de seu pai (Gn 27:35,36,27-29), qual fato, quebrou com os costumes da época( Gn
25:24,25). As promessas foram renovadas em uma aliança feita com Jacó (Gn 28:13,14).
Deus, aos poucos, trazia Jacó ao ponto do amadurecimento espiritual em que pôde
receber outro nome – Israel (príncipe com Deus, Gn 32:28). Deus começava a
cumprir grandemente a sua promessa dando a Jacó doze filhos e uma filha
(35h23min-26).
O LIVRO DE ÊXODO (heb: saída, partida)
A saída do povo israelita
do Egito é também marcada pela perseguição, pelo exército de faraó, e também
pela travessia do mar vermelho e a entrega dos dez mandamentos pelo Senhor. Em
Êxodo 1 a
19 o povo é trazido do Egito ao Monte Sinai, "o monte de Deus", e
preparado para receber a aliança de Iavé. Em 20 a 31 Deus faz a aliança e
cede a legislação que a acompanha. Em 32 a 34 o povo transgride a aliança na questão
do bezerro de ouro. Em 35 a
40 o povo finalmente edifica o tabernáculo, o qual, uma vez acabado, foi cheio
da glória de Iavé. A idéia da Aliança predomina em todo livro.
A CONSTITUIÇÃO DA ALIANÇA (Êx20: 21-23: 33)
As ordenanças logo a seguir transmitidas a Moisés e através
dele ao povo tratam de 1 – A adoração em geral; 2 – Relações sociais e direitos
humanos; e finalmente de 3 – O relacionamento do povo com Jeová.
OS DEZ MANDAMENTOS
1 Adore somente a
Deus
2 Não faça
imagens, nem adore ídolos
3 Não use o nome
de deus em vão
4 Guarde o sábado
5 Respeite o seu
pai e sua mãe
6 Não mate
7 Não cometa
adultério
8 Não roube
9 Não dê falso
testemunho contra alguém
10 Não cobicem o que pertence ao outro
|
LIÇÕES ENCONTRADAS NO LIVRO DE ÊXODO
- Deus vê o seu povo;
- Deus se revela ao seu povo;
- Deus merece seriedade do seu povo;
- O fiel deve servir a Deus;
- Deus avisa aos impenitentes;
- O incrédulo arrogante é punido por Deus;
- Deus não tem preconceito contra idades;
- Deus é grande em misericórdia;
- Deus tem propósitos para este mundo;
- A salvação é pelo sangue e deve ser ensinada em casa;
O Tabernáculo simboliza a
habitação de Iavé com o seu povo (Ex 25: 1-27; 29:45). O sacerdócio, junto com
o sistema de culto sacrificial simboliza o sentido maior da expiação:
a. Cobrir os pecados;
b. Comunhão conseqüente com o Deus santo;
c. Segurança da santidade obtida através da obediência às
orientações de Deus concedidas pelos sacerdotes (Êx 28:30) – mediadores ( Ex 29:42-45;
30:10) entre Deus e os israelitas(25:1,8)(28:1-31:11)
O LIVRO DE LEVITICO (heb: e chamou)
Iavé veio habitar no meio
do Seu povo, entretanto, antes de prosseguir em sua jornada até a terra
prometida, tornava-se necessário que o povo conhecesse as leis que orientariam
a adoração de Iavé no Tabernáculo. Estas leis acham-se contidas no Livro de
Levítico, constam, de modo geral, de uma expansão das leis no livro da aliança
(Êx 20; 23-23: 33).
As leis do sistema
sacrificial em Levítico visavam à manutenção
da relação com Deus, e não a obtenção
dela (16:29,30; 25:55: "eles são os meus servos que tirei da
terra do Egito..."; 19:1,22: "...o sacerdote fará a expiação por ele
perante o Senhor, pelo pecado que cometeu; e este lhe será perdoado"; 26:3-6,11-17,44-46:
"... não os rejeitarei... ao ponto de consumi-los totalmente e quebrar a
minha aliança com eles;
porque eu sou o Senhor seu Deus...").
O propósito de Levítico é
juntar numa só coletânea ordenada, regulamentos diversos, que diziam respeito
ao oferecimento de sacrifício a Deus, à organização do sacerdócio e muitos
outros assuntos que surgiam da relação sagrada existente entre Israel e Deus.
Pode, com toda a propriedade, ser interpretado como um guia abrangente, que
mostra como Israel devia por em prática, no seu dia-dia, a grande promessa
feita no Monte Sinai: "E vós sereis para mim reino sacerdotal e nação
santa” (Êx 19:6).
Levítico proclama, aos
cristãos, o caminho pelo qual Deus combatia o pecado em Israel e o meio pelo
qual ele conseguia a consagração do povo. Combatia-o por meio de suas
instituições, do sacrifício e da purificação; o pecado social por meio do ano
sabático e do ano do jubileu; o pecado sexual por meio das leis de castidade; e
também por meio de suas promessas e advertências.
E, nesse combate contra o
pecado, o livro nos apresenta através de sua tipologia profética, Cristo como o
meio da expiação, como o meio da purificação, como o grande sacerdote que veio
de Deus e nos representa perante o Seu trono. O fim da expiação é a consagração
da vida para Deus (Rm 12:1, 2).
O LIVRO DE NÚMEROS (heb – No deserto)
O livro serve para
preencher o vazio histórico que o Pentateuco, sem ele, mostraria a respeito, do
que houve durante uns quarenta anos depois da revelação no Sinai. E os
preparativos realizados em Moabe para entrar na terra, é esse o papel mais
importante do livro no Pentateuco. A observação dos fatos geográficos,
temporais e religiosos, relacionados à rebelião do povo contra o propósito
original de Deus em conduzi-los logo para a terra, aponta que, o motivo do
livro é registrar como o plano de Iavé para dar a terra ao povo da aliança foi
frustrado, porém não derrotado, pela rebelião deles, procedente de sua falta de
fé.
O significado teológico da
jornada de Israel para a herança prometida de Canaã é retratado através do
livro todo, como caminhando, ou preparando-se para caminhar. Entremeiam o
movimento, acontecimentos apropriados e material legal que relacionam:
1.
O perigo da falha
de Israel em alcançar a prometida herança e assim perder seu papel como povo de
Deus;
2.
Ao desenvolvimento
maior da sua preparação para alcançar a herança.
A entrada na terra
exigia peregrinação e conquista, é uma viagem perigosa, através de oposição
hostil, a ocupação da terra, só seria alcançada através de muito esforço e
trabalho árduo. Pois Canaã estava debaixo do domínio estrangeiro e tinha de ser
arrancada à força pelo braço forte do Senhor, que lutaria em prol do seu povo.
O primeiro censo teve
como finalidade a formação dos acampamentos de Israel, visando à locomoção e a
organização do povo (Nm 1,2). Já o segundo censo visava à preparação para a
divisão da terra prometida (Nm 26).
O LIVRO DE DEUTERONOMIO (heb – palavras)
Reafirmação da Lei de Moisés
O nome deuteronômio é
a junção de duas palavras gregas: deuteros,
segunda e nomos, lei – daí a idéia de
segunda exposição da Lei. O tema geral do livro são os relacionamentos da
Aliança.
Segundo alguns estudiosos,
a reedição da Lei por Moisés é fruto da incredulidade do povo judeu, que
peregrinou no deserto por quarenta anos e, ficaram proibidos de entrar na terra
prometida. Com a nova geração houve a necessidade de, trazer á memória, a
aliança feita por Deus ao seu povo. Também há a tese que, a estrutura de
Deuteronômio se mostra como modelada sobre a forma dos tratados de soberano-vassalo
provenientes da primeira metade do segundo milênio a.C., e em dicas encontradas
em trechos específicos no livro, como 27:9-20,11-26; 11:26-32; 29:9-14; 30:15-20.
O tratado de vassalo tinha os seguintes componentes:
1. Preâmbulo: "Estas
são as palavras"
2. Prólogo histórico:
indicação de eventos que conduziram ao tratado;
3. Estipulações gerais:
princípios do futuro relacionamento;
4. Estipulações
específicas;
5. Testemunhas divinas:
vários deuses são chamados para testemunhar o tratado;
6. Bênçãos e maldições:
relacionadas à manutenção ou violação do tratado;
Deuteronômio tem a sua forma semelhante:
1. Preâmbulo: 1.1-5;
2. Prólogo histórico:
1.6-4.49;
3. Estipulações gerais:
5-11;
4. Estipulações
específicas: 12-26;
5. Bênçãos e maldições:
27-28;
6. Testemunhas: 30.19;
31.19; 32.1-43;
CANONICIDADE E VALOR DO PENTATEUCO
Em torno de 400 a .C., os cinco livros que
compõem o Pentateuco formaram o Cânon oficial sob a influencia de Esdras, o
sacerdote, durante o pós-exilio babilônico, quando a toráh (Lei) estava
estabelecida como Escrituras oficiais do judaísmo. A Bíblia hebraica, que
contém o texto Massorético, não contém os chamados livros apócrifos, e é o
mesmo Cânon reconhecido pelos rabinos em Jamnia, em 90 d.C. O mais antigo
manuscrito completo da Septuaginta (LXX) é do 4° século d.C., e contém os
apócrifos da Bíblia Católica Romana. Embora a LXX contenha os apócrifos, não se
pode provar que a mesma autoridade fosse atribuída a todos os livros. O Antigo
Testamento consta de 39 livros diversos.
Foi escrito em duas línguas semitas antigas (Gênesis
10:21 e 26) o hebraico e o aramaico. Somente Daniel 2:4-7:28, Esdras 4:8-6:18 e
Jeremias 10:11 foram escritos em aramaico(sírio antigo, cf. Dt.26:5; Gênesis.
25:20), o resto em hebraico, língua irmã, a língua de Canaã, Isaías19:18. Os
escritos de Móisés são inestimáveis para a fé cristã, pois, apresentam:
·
A revelação de
Deus (Gn 1:1);
·
Explicação do
surgimento da humanidade (Gn 1:26-31);
·
A origem do
homem, da Terra, da família (Gn 1:1-11);
·
A doutrina da
queda e redenção da humanidade caída (Gn 3; Ex 1-19);
·
Sistema de Leis,
de direito, de justiça que inspirou civilizações, e ainda inspiram povos,
culturas (Ex 20);
CONCLUSÃO
A maior parte do Pentateuco
origina-se da experiência de Moisés e da revelação divina no Sinai (a Lei
propriamente dita). Entretanto, a autoria de Deuteronômio 34, que narra à morte
e o sepultamento de Moisés, devem ter sido de Josué, o líder que o substituiu
na condução do povo para a Terra de Canaã. Aprendemos nesta lição sobre os
cinco primeiros livros da Bíblia e, o que estes livros ensinam sobre a relação
de Deus com a humanidade caída.
Bibliografia:
1. Lições das palavras de
Deus – Lições Jovens e Adultos. 2° Trimestre/ 2013. Central Gospel.
2. Miller Stephen M. &
Huber V. Robert, A Bíblia e Sua História – Sociedade Bíblica do Brasil, São
Paulo - 2006.
3. Dockery, David S., ed. –
Manual Bíblico Vida Nova, São Paulo: Vida Nova, 2001.
4. Zuck Roy B. editor,
Teologia do Antigo Testamento – CPAD, Rio de Janeiro – 2009.
5. Machintosh C.H., Estudos
sobre o livro de Gênesis, Êxodo, Levítico. Números e Deuteronômio, São Paulo:
Depósito de Literatura Cristã, 2001.
Foram utilizadas várias
versões da Bíblia Sagrada.
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