RELIGIÃO, SEITA E
HERESIAS
UNIDADE 1 – GRANDES
RELIGIÕES, SEITAS E HERESIAS – UM PANORAMA GERAL.
Capítulo 1 – A Busca do
Homem por Deus Religião
Este tema recebeu diversas definições
ao longo da história, porém as três mais aceitas são as elaboradas por Cícero,
Lactâncio e Agostinho. Vejamos o quadro a seguir:
PENSADOR
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PALAVRA-CHAVE
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DEFINIÇÃO
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PENSAMENTO-CHAVE
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CÍCERO
106-46 a.C.
(FILÓSOFO E ESTADISTA ROMANO)
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“RELEGERE”
“CONSIDERAR CUIDADOSAMENTE”
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“FAZER UMA RELEITURA”
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A RELIGIÃO LEVARIA O HOMEM A CONSIDERAR
CUIDADOSAMENTE (FAZER UMA RELEITURA) AQUILO QUE PERTENCIA AO CULTO DIVINO.
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LACTÂNCIO
300 d.C.
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“RELIGARE”
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“LIGAR, PRENDER”
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A RELIGIÃO LIGARIA OS HOMENS A DEUS PELA PIEDADE. A
RELIGIÃO LEVARIA O HOMEM A REATAR SEU RELACIONAMENTO COM O SEU CRIADOR.
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AGOSTINHO
370-430 d.C.
(TEÓLOGO CRISTÃO)
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“RE-ELIGERE”
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“RE-ELEGER, TORNAR A ESCOLHER”.
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O HOMEM, ATRAVÉS DA RELIGIÃO, DEMONSTRARIA QUE HAVIA
FEITO A ESCOLHA DE SERVIR A DEUS.
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De modo geral o termo religião significa: a tentativa do homem em escolher se ligar a Deus através de uma releitura de sua realidade.
A Necessidade da busca por Deus
A queda do homem em pecado fez com
que a raça humana se separasse de DEUS, mas sua necessidade de contato com o
divino fez com que o mesmo, sem perceber buscasse essa comunhão perdida no Éden.
A partir de então o homem busca por respostas para as suas questões
existenciais*, Quem sou? De onde vim? Porque
estou aqui? E para onde vou?
*Constitui “problema existencial” tudo que ocorre em nossa vida e que nos
parece difícil de aceitar, de entender, de explicar ou de resolver e que nos
preocupa e pode nos causar sofrimento. Todos experimentam, vez ou outra,
problemas físicos, mentais, emocionais e sociais. Estamos em processo de
aprendizagem, de depuração e aprimoramento.
Os nossos problemas variam, também, de acordo com a intensidade do efeito
que podem causar em nós e em nossa vida, podendo ser: passageiro, constante,
muito intenso, pouco intenso.
A Religiosidade e o Sagrado
O homem é religioso por natureza e isto faz parte de sua essência,
talvez seja esta a justificativa de
diversidades de religiões hoje e através da história da humanidade. O mesmo precisa vislumbrar algo ou
alguém em condição superior à sua, para que a religião se estabeleça. Esse
sagrado* aponta para a realidade sacra (separada)
de algo, que pode ser representado por animal, elementos da natureza, uma
pessoa ou ser divino.
*A palavra "sagrado" provém do latim sacrum, que se referia
aos deuses ou a alguma coisa em seu poder. Já o termo santo vem de sanctus,
significando "que
tem caráter sagrado, augusto, venerando, inviolável, respeitável,
purificador".
Os Conceitos de Divindades nos Grupos Religiosos
Este conceito não é o mesmo para
todas as religiões, cada grupo tem uma revelação peculiar acerca deste
fenômeno. Vejamos:
Os tipos de Religião
CONCEITO
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CRENÇA DIVINA
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EXEMPLO
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MONOTEÍSMO
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DE QUE HÁ UM SÓ DEUS SOBERANO E QUE A ADORAÇÃO A
OUTROS DEUSES SE CARACTERIZAM IDOLATRIA.
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CRISTIANISMO, ISLAMISMO E JUDAÍSMO.
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TEÍSMO
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CRENÇA EM UM SÓ DEUS QUE É SOBERANO E SE MANIFESTA
RELACIONANDO-SE DE UMA MANEIRA PESSOAL COM O HOMEM.
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CRISTIANISMO.
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POLITEÍSMO
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CRENÇA EM VÁRIOS DEUSES.
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HINDUÍSMO – CHEGA A MAIS DE 30 MILHÕES DE DEUSES.
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HENOTEÍSMO
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EM UM DEUS SUPREMO E EM DIVINDADES MENORES, AS QUAIS
PODEM ATUAR EM OUTROS CAMPOS OU ÁREAS.
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PANTEÃO GREGO – ZEUS, O DEUS SUPREMO E OUTROS DEUSES
INFERIORES.
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PANTEÍSMO
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CRENÇA DE QUE TUDO É DEUS (TERMO PROVENIENTE DO
GREGO: “PAN” –TUDO; “THEOS” – DEUS). SEGUNDO ESSA CRENÇA DEUS SE CONFUNDE COM
A CRIAÇÃO.
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HINDUÍSMO, BUDISMO (ALGUMAS ESCOLAS), NOVA ERA,
CIENCIA CRISTÃ, CIENTOLOGIA, SEICHO-NO-IÊ.
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DEÍSMO
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CRENÇA EM UM DEUS QUE FEZ O MUNDO, MAS QUE NÃO
INTERFER NELE. ESSE DEUS DEIXOU LEIS NATURAIS PARA QUE O MUNDO E A CRIAÇÃO
SUBSISTISSEM ATRAVÉS DOS TEMPOS.
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RACIONALISMO E ALGUMAS VERTENTES DA TEOLOGIA
LIBERAL.
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Os tipos de Religião
v Animistas – acreditam
que tudo que existe como matéria – animada ou inanimada – tem um espírito, e
pode ser adorado. Esses espíritos seriam bons ou maus e podem influenciar
positiva ou negativamente a vida dos seres humanos. A isso se dá o nome de ânima – principio vital e pessoal,
possui três regras: a)Tudo no Cosmo tem ânima;
b)Todo o ânima é transferível; c)Tudo ou todo que transfere ânima não perde a
totalidade de seu ânima, mas quem ou que o recebe perde parte ou a totalidade
de seu ânima, o qual será tomado pelo ânima doador. Ex: Tribos Indigenas.
v Legalistas – a
salvação só pode ser alcançada pela obediência a um código de leis (que
procedem direto da divindade), essas leis governam a vida de seus adeptos em
todos os aspectos. Exemplo: os Fariseus, esforço e mérito – exclui a Graça.
v Ritualistas –
centralizados em rituais e cerimônias para agradar a “divindade”, ou aplacar a
sua ira. Esses ritos simbolizam crenças importantes. Se aplicam demais com os
rituais esquecendo dos seus verdadeiros significados. Ex: Candomblé.
v Sacramentalistas – estão convictos de que os sacramentos (rito ou cerimonial sagrado) são
veículos da graça divina para aqueles que o praticam. Segundo os integrantes
dessa religião, somente eles através dessa pratica podem usufruir das bênçãos
divinas. Ex: Catolicismo Romano. Batismo, confissão, eucaristia, confirmação (ou crisma), matrimônio,
ordens sagradas, unção dos enfermos.
v Naturais –
alegam que a divindade se manifestou através da natureza e da intelectualidade
do homem. Não dependem de alguma revelação sobrenatural da parte da divindade,
pois não crêem num deus pessoal que se relaciona com suas criaturas.
v Racionais – acreditam
que a razão é o centro de tudo, só crêem naquilo que possa explicar racional e
logicamente. Apregoam uma mente bem condicionada e disciplinada para o êxito e
valorizam a filosofia como forma de expressão de seus pensamentos e divulgação
de suas ideias e preceitos.
v Revelatórias –
têm sua base nas revelações que são proferidas pela sua divindade, as quais
muitas vezes são registradas em um livro considerado sagrado.
v Místicas –
supervalorizam as experiências transcendentais do homem com a divindade,
podendo relegar a segundo plano sua tradição e seu livro sagrado. Também estão
sempre abertos às novas “revelações ou experiências”.
v Sacrificiais –
sua crença se baseia nas oferendas a divindade, buscando com isso alegrar-se,
aplacar a ira ou saciar algum desejo divino.
v Espúrias –
estes diferentes dos demais não se dedicam a nenhuma divindade, e sim a uma
ideologia. Para os seus adeptos teorias como as de Darwin são verdades absolutas,
colocam a ciência como deus.
As Características Comuns entre as Religiões
v Doutrina – é o
conjunto de ensinos baseados num livro sagrado ou na tradição – tem por
objetivo nortear a conduta ética, moral e social dos fiéis.
v Ritos (Cerimoniais) – é o comportamento dos adeptos de religiões de acordo com
regras previamente determinadas, com o objetivo de agradar ao divino ou
aplacar-lhe a ira. Esses ritos incluem orações, rezas, oferendas e sacrifícios,
dentre outras ações, formando uma liturgia ritualística.
v Ética – noção
do certo ou do errado dentro da cosmovisão de cada religião.
v Comunidade – é
a união entre os adeptos de cada religião, onde compartilham suas
particularidades, também se identificam uns com os outros, confirmam e
fortalecem sua crença religiosa com a propagação dos seus ensinos e práticas.
v O Humano e o Divino – todas as religiões surgem e se movimentam em torno da necessidade de
relacionamento do homem com o divino.