quinta-feira, 1 de maio de 2014

GRANDES RELIGIÕES, SEITAS E HERESIAS - UM PANORAMA GERAL

UNIDADE 1

CAPÍTULO 2 - AS GRANDES RELIGIÕES MONOTEÍSTAS

As grandes religiões Monoteístas (Cristianismo, Judaísmo e Islamismo), são assim chamadas por prestar culto a uma só divindade. Vamos tratar cada uma individualmente.

CRISTIANISMO

  1. Surgiu baseado nos ensinamentos de Jesus, o filho de Deus (Mt 16:16; 27:43;Mc 3:11);
  2. O Deus encarnado (Mt 1:23; Jô 1:1,14) que veio ao mundo para dar à humanidade a possibilidade de salvação;
  3. Sua vida, no período que antecedeu seu ministério, foi pouco relatada, mas entre esses relatos, três fatos chamam a atenção.

  • À medida que crescia se fortalecia na graça e no Espírito (Lc 2:40);
  • Aos doze anos já maravilhava as pessoas com a sua sabedoria (L2: 47);
  •  Com 30 anos foi batizado, dando início ao seu ministério (Lc 3:21-23);

Aspectos relevantes sobre a vida de Jesus

O Jesus histórico

“Muitos chegam a afirmar a aceitação da tese de que Jesus foi um grande mestre de moral, mas não aceitam a sua reivindicação de ser Deus... ninguém tem o direito de alegar qualquer bobagem paternalista sobre Ele ser um grande mestre humano. Ele não deu ao homem esta escolha. Nem pretendeu jamais fazê-lo” (C.S. Lewis – Cristianismo Puro e Simples).


A pergunta é: “Quem dizem os homens ser o filho do homem?” (Mt 16:13). São várias as respostas: “responderam eles: uns dizem que é João, o Batista; outros Elias; outros Jeremias. Ou alguns dos profetas” (v. 14).

Com o advento do Iluminismo começou a surgir questionamentos sobre o personagem Jesus.

A primeira questão critica sobre Jesus surgiu na Alemanha com Herman Samuel Reimarus (1694-1768). Herman alegou que o Jesus dos evangelhos e o da história era pessoas diferentes; sua base era que o Jesus apresentado pelos apóstolos era apenas fruto de suas concepções teológicas, e que não refletia a realidade do carpinteiro pobre de Galiléia.

Nos anos 1970, surgiu o “Seminário de Jesus” onde surgiram algumas teorias acerca de Jesus.


  • Jesus era apenas um homem normal;
  • Não fez milagre algum;
  • Somente 2% do que está escrito sobre Jesus nos evangelhos é que é verdadeiro;
  • A morte de Cristo é mais de caráter político do que espiritual;
  • Jesus não ressuscitou, é questão de visão dos discípulos;
  • Que Jesus dos doze aos trinta anos abraçou o hinduísmo;

A busca pelo Jesus histórico

“Estes, porém, estão escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome”.
(Jô 20:31).

O Jesus histórico é aquele personagem reconstruído pelas informações que chegaram até nós por vários documentos históricos. Os poucos registros deixados nos evangelhos sobre Jesus são suficientes para nosso conhecimento.

Jesus e sua historicidade – Evidências históricas

Fontes Judaicas

  1. Flávio Josefo: historiador judeu que viveu no primeiro século da era cristã. Em seu livro “Antiguidades judaicas” fez algumas referências a Jesus. “Por esse tempo apareceu Jesus, um homem sábio que praticou boas obras e cujas virtudes eram reconhecidas. Muitos judeus e pessoas de outras nações se tornaram seus discípulos. Pilatos o condenou a ser crucificado e morto. Mas aqueles que se tornaram seus discípulos pregaram sua doutrina. E afirmam que Jesus lhes apareceu três dias após a sua crucificação e que está vivo. Talvez Ele fosse o Messias previsto pelos maravilhosos prognósticos dos profetas” (XVIII, 3,2). 
  2. Talmude: “A tradição judaica recolhe também noticias sobre Jesus, tanto o talmude de Jerusalém como o de babilônia, incluem-se dados que, evidentemente, contradizem a visão cristã, mas que confirmam a existência histórica de Jesus de Nazaré”.

Fontes pagãs


  1. Plínio – proconsul da Ásia Menor, ano 111 d.C. trocou correspondências com o então imperador do império Romano, cujo tema foi o comportamento dos discípulos de tal Cristo (Plínio, epístola 97);
  2. Cornélio Tácito (55-117) – historiador romano, governador da Ásia em 112 a.C. escreveu o seguinte sobre Cristo “O fundador da seita foi Crestus, executado no tempo de Tibério pelo procurador Pôncio Pilatos...”; dentre outros.

Por que há poucos relatos sobre Jesus na história secular?

Algumas razões que poderia ter levados as pessoas da época a não dar muita atenção ao cristianismo, registrando-os nos anais da história:

a. Poucos foram os registros que sobreviveram através dos séculos;
b.  Há também a pouca importância dada pelos romanos aos judeus;
c.  O Cristianismo nasceu em uma área remota, sem importância para o império;
d.   Jesus era apenas mais um judeu marginal;
e.   Os próprios judeus o consideravam um herege e impostor;

Apesar de todo o preconceito com o Cristianismo, este é o maior entre as grandes religiões do mundo com cerca de 2 bilhões de seguidores, que aguardam para buscá-los como foi prometido (Jô 14:1-3; Fl 3:20,21;Cl 3:4; 1Jo 3:2).

“O mundo jamais foi o mesmo depois Dele, até mesmo a história se dividiu em antes e depois de Cristo”.

O LIVRO SAGRADO

A Bíblia Sagrada é o livro do Cristianismo, escrita originalmente em Hebraico, Aramaico e Grego, por cerca de 40 autores inspirados pelo Espírito Santo (2 Pd 1:21). Foi produzida por um período de aproximadamente de 1500 anos, foi dividida em duas partes: o Antigo Testamento com 39 livros, no qual são narrados as revelações de Deus antes da encarnação de Jesus, e o Novo Testamento com 27 livros, que narra as revelações de Deus ao homem depois da encarnação de Jesus.


  • O próprio Jesus denominou as Escrituras Sagradas de Palavra de Deus (Mc 7:13);
  • A própria Bíblia testifica de si mesma como sendo inspirada (2 Tm 3:16);
  • Fonte de autoridade para todo cristão fiel (Is 34:16).


OS PRINCIPAIS GRUPOS CRISTÃOS

Catolicismo romano

Foi instituído como religião oficial pelo imperador Constantino em 313 d. C., o qual possuía também o título de “Pontifex Maximus”, até hoje perdura nessa igreja com o seu líder máximo que é o Papa, esse período foi chamado de romanização da igreja. A cristianização do império só foi oficializada de fato no reinado de Teodósio em 378-95 d.C.

Características da romanização do império

  • Rápida propagação do Cristianismo;
  • Conversão de Constantino;
  • O edito de tolerância – liberdade de seguir a religião que desejasse; 
  • Aumento das cópias da Bíblia Sagrada; 
  •  Instituição do domingo como dia de descanso;
  • Promoveu reformas como a abolição da escravidão, os combates nas arenas, a morte de crianças indesejáveis, a crucificação como pena capital;
  • O culto que era simples passou a ser mais complexo, mais de aparência exterior do que interior;
  • Instituiu-se o celibato;
  • Práticas pagãs ficaram notórias dentro da igreja;

Organização e Cargos da Igreja Católica Romana

  • O Papa é selecionado por um grupo de Cardeais, conhecidos como Príncipes da Igreja;
  • Só o Papa pode selecionar e nomear todos os clérigos da Igreja acima do nível de padre;
  • Todos os membros da hierarquia respondem perante o Papa e a sua corte papal, chamada Cúria;
  • Os Papas exercem direito de definir declarações definitivas de ensinamento Católico Romano em matérias de  e moral;

A Igreja tem uma estrutura hierárquica de títulos que são em ordem descendente:

  1. Papa, o bispo de Roma e também Patriarca do Ocidente. Os que o assistem e aconselham na liderança da igreja são os Cardeais;
  2. Patriarcas são os chefes de algumas Igrejas Católicas Orientais sui juris(seu próprio direito). Alguns dos grandes arcebispos Católicos latinos também são chamados Patriarcas; entre eles conta-se o Arcebispo de Lisboa e o Arcebispo de Veneza;
  3. Bispo (Arcebispo e Bispo Sufragário): são os sucessores diretos dos doze apóstolos. Recebeu o todo das ordens sacramentais;
  4. Padre (Monsenhor é um título honorário para um padre, que não dá quaisquer poderes sacramentais adicionais): inicialmente não havia Padres per se. Esta posição evoluiu a partir dos Bispos suburbanos que eram encarregados de distribuir os sacramentos, mas não tinham jurisdição completa sobre os fiéis;
  5. Diácono;

Existem ainda cargos menores: Leitor e Acólito (desde o 2° Concílio Vaticano, o cargo de subdiácono deixou de existir). As ordens religiosas têm a sua própria hierarquia e títulos.

A IGREJA ORTODOXA

A palavra “Ortodoxa” significa – “opinião certa ou fé correta”. Surgiu em 1054, decorrente de divergências com a igreja do ocidente, chefiada por Roma. Divide-se em vários ramos tendo como principais expoentes as igrejas ortodoxa Grega e Russa, respondem ao patriarca de Constantinopla.
O patriarca de Constantinopla (Istambul, Turquia) é considerado o patriarca ecumênico ou universal. Ele é a figura que mais se parece com o Papa da Igreja Católica Romana. Ao contrário do Papa, que é conhecido como VICARIUS FILIUS DEI (o vigário do Filho de Deus), o bispo de Constantinopla é conhecido como PRIMUS INTER PARES (o primeiro entre iguais). Ele tem honra especial, mas não tem nenhum poder para interferir com as outras doze igrejas ortodoxas.

Outras crenças ortodoxas que não concordam com os ensinos bíblicos são:

  • A autoridade semelhante da tradição da igreja e das Escrituras;
  • As pessoas não são encorajadas a interpretar a Bíblia independentemente das tradições;
  • A virgindade perpétua de Maria;
  • Oração pelos mortos;
  • Batismo de bebês sem qualquer referência à responsabilidade individual e fé;
  • A possibilidade de salvação depois da morte;
  • A possibilidade de perder a salvação.

A IGREJA PROTESTANTE

Conhecida como reforma protestante, teve início com Martinho Lutero, um monge católico que, revoltado com o desrespeito da igreja aos preceitos bíblicos, escreveu 95 teses. Outros nomes surgiram na reforma, entre eles, Zuinglio, Calvino, entre outros. Atualmente o protestantismo divide-se em Histórico, Pentecostal e Neo-Pentecostal.

  1. Igrejas históricas: Luterana, Presbiteriana, Batista, Anglicana, ou seja, surgiram após as reforma protestante;
  2. Igrejas pentecostais: surgiu em Chicago, Estados Unidos em 1906, enfatiza a relação com o Espírito Santo por meio da glossolalia (dom de falar em línguas estranhas);
  3. Igrejas neo-pentecostais: Mudança surgida no pentecostalismo mundial na década de 70 a partir dos princípios da Teologia da Prosperidade. Desenvolvida nos Estados Unidos, assegura que o sucesso, a felicidade e a prosperidade devem ser alcançadas nessa vida. Promovem também uma acentuação dos ritos de exorcismo e cura. Uma das principais igrejas neo-pentecostais no Brasil é a Igreja Universal do Reino de Deus.
A TEOLOGIA CRISTÃ E SEUS PRINCIPAIS ENSINAMENTOS

  • Deus – a visão cristã é essencialmente Monoteísta;
  • Um Deus Tri-únoÉ verdade que o termo Trindade não se encontra no texto hebraico nem no grego, na Bíblia; Tais designações servem como rótulos convenientes, didáticos, para conceitos ou ensinos complexos a respeito de assuntos intimamente relacionados.
  • E impossível discutir teologia como disciplina sistemática, filosófica, sem se usar esses termos técnicos. Nenhum deles se encontra na Bíblia, disso temos certeza. No entanto, todos eles formam um complexo grandioso de conceitos coerentes, organizados, que são ensinados nas Escrituras. Portanto, devemos rejeitar como irrelevante a objeção de que a palavra precisa, “Trindade”, não se encontra na Bíblia.
  • A Trindade no Antigo Testamento (Gn 1:26; Gn 22:11; Gn 31:11,13; Ex 3:2-6; Sl 33:6; Is 6:8; Is 48:16; Zc 12:8;
  • Também o Novo Testamento (1 Co 4:6; Jô 5:44; 1 Tm 1:17; 6:15; Jd 25). Se o Pai é chamado de Deus Verdadeiro (Jô 17.3) e o Filho é chamado de Deus Verdadeiro (1 Jô 5.20), e o Espírito Santo é chamado de Deus (João 14.17).
  • Jesus – é Deus (Is 9:6; Mt 1:23; Jô 1:1); Salvador (Fl 3:20; At 4:12); Redentor (Rm 3:24; Ef 1:20); Perdoador de pecados (Mt 9:2; Lc 7:48; Mc 2:7);
  • Espírito Santo – É Deus (Sl 139:7-10); Jô 17:17; 1 Tm 4:9; Rm 15:19; 2 Pd 1:21);
  • A Igreja – Gr Ekklêsia designa a reunião de todos que são chamados para fora do mundo para servirem a Cristo (Mt 16:18; Ef 5:25; Ap 19:7,9).
  • Salvação – o conceito é de libertação do pecado e da condenação através da fé em Cristo, resultando assim no perdão dos pecados e no direito de vida eterna (Rm 5:9; 1 Tss 5:9; Ef 2:1,8; Cl 2:13; At 2:38; 3:19;
  • A vida eterna – todos os homens estão destinados à vida eterna (Mt 25:46), deve ser o objetivo de todo cristão, pois é promessa de Deus (1 Jô 2:25; Rm 6:22,23; 1 Tss 4:17);

JUDAÍSMO

Teve início com o patriarca Abrão (pai elevado ou exaltado), que teve o seu nome mudado por Abraão (pai de uma multidão – Gn 17:5). Nascido em Ur dos caldeus (Gn 11:28) filho de Terá, idólatra(Js 24:2). Também é chamado de pai de todos os que crêem (GL 3:7); citado como herói da fé (Hb 11:8), e amigo de Deus (Tg 2:23).

Nasceu no ano dois mil a.C e morreu com 175 anos de idade e foi sepultado em Macpela (Gn 24:1; 25:18). Deus fez uma aliança com Abraão, através desse “pacto” surgiu o principio do judaísmo, o qual teve em Moisés seu sitematizador. Com Moisés, a religião judaica ganhou forma e foi organizada com normas, leis e regras de cerimoniais.

No período mosaico, o termo judeu e israelita tornou-se sinônimos, e o termo judaísmo, uma indicação de cultura, da história, da sociedade e principalmente da religião. Alguns estudiosos chegam a afirmar que o judaísmo passou por alguns estágios, do politeísmo, henoteísmo até chegar ao monoteísmo; um erro grave, tendo em vista a maneira como Deus se apresentou aos patriarcas desde o principio.

ALGUNS ELEMENTOS DO JUDAÍSMO NO PERÍODO PATRIARCAL
REFERÊNCIA BÍBLICA
NOS DIAS DE ABRAÃO, ISAC, JACÓ E JOSÉ
Chamado e Aliança com o homem
Gn 12:1; At 7:2; 26:24; 28:13-15.
Edificação de Altares e Invocação ao nome do Senhor
Gn 12:7, 8; 13:1-4,18; 20:17; 22:10; 24:63; 25:21; 26:25; 28:20-22; 33:20; 35:7.
Entrega do Dízimo
Gn 14:16-20; 28:22.
Sacrifícios ao Senhor
GN 15:7-10; 31:54; 46:1.
Circuncisão
Gn 17:24-27; Gn 21:4; 34:22.
Padrão de santidade a ser seguido
Gn 18:20ss
A figura do sacerdote através do patriarca
Gn 27:27-30; 28:1; 48:15,16,20-22.

Deus, o Criador de todos os povos referiu-se à nação de Israel como sendo seu povo (Ex 3:7; 3:10; 5:1; 6:7), estabelecendo com este povo um padrão de relacionamento expresso nos “Dez Mandamentos” (Ex 20:1ss).

RELACIONAMENTO HOMEM-DEUS
    1       “Não terás outros deuses alem de mim”;
    2.     “Não fará para ti imagem de escultura”;
    3.     “Não tomarás o nome do Senhor Teu Deus em vão”;
    4.     “Lembra-te do dia do sábado para santificá-lo”;
RELACIONAMENTO HOMEM-PRÓXIMO
    5.     “Honra teu pai e tua mãe”;
    6.     “Não matarás”;
    7.     “Não adulterarás”;
    8.     “Não furtarás”;
    9.     “Não dirás falso testemunho”;
    10. “Não cobiçarás”.

Panorama Geral do Judaísmo Histórico

O Judaísmo pré-exílio
Período que antecedeu o cativeiro Babilônico, caracterizado pela apostasia-restauração do povo hebreu, ou seja, quando Deus levantava um líder, juiz ou rei que promovia um avivamento, o povo se voltava para a religião e seguia seus preceitos, mas bastava morrer o líder para se apostatarem e voltar à prática do pecado. Outros fatos que marcaram esse período foram a conquista de Jerusalém por Davi; a divisão do reino em reino do norte e reino do Sul; também marcou as quedas dos mesmos, o reino do Norte em 722a.C, pelos Assírios e o reino do Sul em 586 a.C, pela Babilônia.

O judaísmo pós-exílio
Com o cativeiro passaram a valorizar a religião, reunindo-se nas sinagogas, mas sem a prática sacrifical, ocorre um avivamento com Esdras e Neemias e também ocorre a diáspora que perdura até os dias de hoje.

O Judaísmo no período interbíblico
Destaque para o helenismo que se espalhou pelo mundo, Antíoco Epifânio (175-163) fez investidas contra religião dos hebreus, chega a profanar o templo, interrompe os sacrifícios, a purificação do templo só ocorreria no ano 165 a.C.

O Judaísmo no período neo-testamentário
Surgimento de algumas seitas político-religiosas, os zelotes, os herodianos, os essênios, os fariseus e os Saduceus, dente outros. No ano 70 d.C, sob o comando do general romano Tito, o Templo é destruído. Após as catástrofes, surge um novo tipo de judaísmo, “rabínico”, também produzem a obra “Talmude” (conjunto das tradições orais).

Os principais grupos do Judaísmo

  • Judaísmo conservador – séc. 20 surgiu em reação às reformas feitas pelos rabinos, avessos as mudanças, mas aceitam algumas mudanças e, seus hábitos;
  • Judaísmo ortodoxo – a forma mais antiga do judaísmo observa rigorosamente os costumes e tradições;
  • Judaísmo reformista – também do séc. 20, surgiu na Alemanha, expandindo-se para os Estados Unidos, onde introduziram mudanças nos rituais e utilizaram o inglês nos cultos;
  • Judaísmo reconstrucionista – surge na primeira metade do séc. 20, como o rabino Mordecai Kaplan, este deu uma nova interpretação ao judaísmo, alterando dogmas, do judaísmo ortodoxo.


Livro Sagrado
A LEI
(Torá)
OS PROFETAS
(Nebhiim)
OS ESCRITOS
(Kethubhim)
Gênesis
Êxodo
Levítico
Números
Deuteronômio
Profetas Anteriores:
Josué, juízes, Samuel,
Reis.
Profetas Posteriores:
Isaías, Jeremias, Ezequiel e os Doze.
Livros Poéticos:
Salmos, Provérbios, Jó, Cinco Rolos: Cantares, Rute, Lamentações, Ester e Eclesiastes.
Livros Históricos:
Daniel, Esdras, Neemias e Crônicas.

Além do “Tanack”, há também o “Talmude”, conjunto de tradições orais que foi compilado pelos rabinos no decorrer da história. Esses escritos se dividem em duas secções: A Mishnah (lei oral) e a Guemarah (comentários sobre a Mishnah).

A Teologia Judaica e os seus Principais Ensinamentos


  • Deus – é monoteísta, este conceito é confirmado pela Shema, declaração de fé – “Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor” (Dt 6:4);
  • O Messias – não aceitaram Jesus, por isso aguardam a promessa de restauração, libertação e instauração da paz;
  • O Templo – o local central de adoração de todo o judeu, foi destruído, atualmente só resta o muro das lamentações que rodeava o templo pelos lados sul e leste. Vai chegar o dia em que aceitaram a Jesus como messias e terão salvação (Rm 11:25,26).


ISLAMISMO

Introdução

A religião muçulmana é momoteísta, ou seja, crê na existência de apenas um deus, Alá ou Allah (Deus em árabe). Islã significa “Submissão”

Vida do profeta Maomé

Muhammad era da tribo de coraich e nasceu na cidade de Meca no ano de 570 d.C. Aos 40 anos de idade, de acordo com a tradição, recebeu a visita do anjo Gabriel que lhe transmitiu a existência de um único Deus. A partir deste momento, começa sua fase de pregação da doutrina monoteísta, porém encontra grande resistência e oposição. Maomé começou a ser perseguido e teve que emigrar para a cidade de Medina no ano de 622. Este acontecimento é conhecido como Hégira e marca o início do calendário muçulmano.
Em Medina, Maomé é bem acolhido e reconhecido como líder religioso. Consegue unificar e estabelecer a paz entre as tribos árabes e implanta a religião monoteísta. Ao retornar para Meca, consegue implantar a religião muçulmana que passa a ser aceita e começa a se expandir pela península Arábica.
Reconhecido como líder religioso e profeta, faleceu no ano de 632. Porém, a religião continuou crescendo após sua morte.

Livros Sagrados e doutrinas religiosas

O Alcorão ou Corão é um livro sagrado que reúne as revelações que o profeta Maomé recebeu do anjo Gabriel. Este livro é dividido em 114 capítulos (suras). 

Entre tantos ensinamentos nele contidos, destacam-se:

  • Onipotência de Deus (Alá);
  • Importância de praticar a bondade, generosidade e justiça no relacionamento social;
  • Também registra tradições religiosas, passagens do Antigo Testamento judaico e cristão;
  • Os muçulmanos acreditam na vida após a morte e no Juízo Final, com a ressurreição de todos os mortos;
  • A outra fonte religiosa dos muçulmanos é a Suna que reúne os dizeres e feitos do profeta Maomé.

Preceitos religiosos

A Shariá – o caminho correto define as práticas de vida dos muçulmanos, com relação ao comportamento, atitudes e alimentação. De acordo com a Shariá, todo muçulmano deve seguir cinco princípios ou Pilares:

  • Aceitar Deus como único e Muhammad (Maomé) como seu profeta;
  • Dar esmola (Zakat) de no mínimo 2,5% de seus rendimentos para os necessitados;
  • Fazer a peregrinação à cidade de Meca pelo menos uma vez na vida, desde que para isso possua recursos;
  • Realização diária das orações;
  • Jejuar no mês de Ramadã com objetivo de desenvolver a paciência e a reflexão.

Locais sagrados

Para os muçulmanos, existem três locais sagrados:

  • A cidade de Meca, onde fica a pedra negra, também conhecida como Caaba;
  • A cidade de Medina, local onde Maomé construiu a primeira Mesquita (templo religioso dos muçulmanos);
  • A cidade de Jerusalém, onde o profeta subiu ao céu e foi ao paraíso para encontrar com Moisés e Jesus.

Divisões do Islamismo

SUNITAS (90% dos muçulmanos)
XIITAS (10% dos muçulmanos)
Seguidores da primeira sucessão de quatro califas.
Seguidores do primo e genro de Maomé, Ali.
Defendiam que os sucessores deveriam ser constituídos por pessoas chegadas a Maomé ou eleitas.
Defendiam que os sucessores ou Imãs (líderes) deveriam ser consangüíneos de Maomé, da linhagem de Ali.
São considerados os mais tradicionais dentro do Islã.
Interpretam o Alcorão literalmente.
São mais diplomáticos e mais tolerantes com outras culturas.
Defendem as ações extremas tais como: atentados e seqüestros dentre outros.


* WANDER, ROBSON, RELIGIÕES, SEITAS E HERESIAS, PINDAMONHANGAB
A, SÃO PAULO - IBAD - INSTITUTO DAS ASSEMBLÉIAS DE DEUS, 2013.